O processo de criação de um personagem, em especial um bom personagem, leva um bom tempo e muita dedicação, temos que levar em consideração o cenário, o contexto histórico, a própria história que criamos para ele e por ultimo mas não menos importante, o sistema de RPG usado. Sempre buscamos um personagem que abrange o máximo possível de habilidades e/ou perícias (denominação pode variar dependendo do sistema escolhido) ainda mais quando se trata de uma mesa com um número relativamente pequeno de jogadores, infelizmente isso nem sempre é alcançado.
Pode ser que você o tenha especializado demais, pode ser que você focou demasiadamente em poder de ataque (ou defesa) e se esqueçeu das perícias, ou até mesmo focou demais em perícias e acabou tendo em mãos um personagem pouco resistente, podem ocorrer variadas situações, mas sempre haverá um ultimo recurso: o locus.
O locus é nada mais nada menos do que o ambiente a sua volta, o local onde o personagem se encontra…é ele que sera sua maior arma, quando por exemplo sua katana -feita-com-o-metal-mais-puro-fundido-pelas-freiras-virgens-das-montanhas-sagradas-da-Birmânia abandonar suas zelosas mãos. Se você preza pelo uso de seu intelecto, pode ser uma estepe qualquer ou uma caverna que for, sempre haverá alguma maneira de usar o ambiente ao seu favor (ou contra o inimigo, dependendo do ponto de vista)
Mas antes que seu batedor esquálido saia por ai bradando um galho seco de árvore loucamente e em direção a um minotauro, vamos primeiro seguir alguns passos:
“Van Hawxley é um jovem batedor bastante experienciado para a sua idade, sempre foi muito cauteloso desde criança mas por um descuido qualquer ele agora se encontra em apuros, uma dúzia de orcs está em seu encalço, com sorte, Hawxley conseguiu ganhar alguns quilômetros de vantagem devido a sua invejável capacidade atlética, mas logo logo os Orcs o alcançaram.
Infelizmente, sua habilidade com o arco se mostra eficiente a curtas distâncias e com alvos estáticos, o que não se aplica a Orcs em fúria, Hawxley não sabe o que fazer e seu tempo de ação fica cada vez menor. Van então observa o ambiente ao seu redor com afinco e nota certos aspectos que poderão ajudá-lo, a começar pelo mato alto e os juncos logo a sua frente, pode-se deduzir que aquela se trata de uma area alagada e portanto de complicada locomoção.
Hawxley usando seus conhecimentos sobre vegetação, se recorda que as raizes dos Juncos formam um verdadeiro emaranhado submerse que dificulta ainda mais a locomoção nada agradável naquele ambiente. Nisso um plano de ação começa a se formar na mente de nosso intrépido batedor: Preciso encontrar um modo de convencer os Orcs de que atravessei essa area alagada, quando eles entrarem, seus movimentos desajustados e brutos farão com as raizes de junco se enrosquem em suas pernas e os impossibilite de andar, tornando-os alvos estáticos e de fácil alcançe para minhas flechas já que aquela árvore de copa esparça serve perfeitamente como esconderijo.
O resultado não foi outro, Van Hawxley ao deixar seu cantil e seu bastão-guia perto de um tronco próximo a “armadilha” convenceru os Orcs de que ele tinha atravessado a mata de juncos, todos os inimigos cairam na arapuca e se enroscaram nas raízes de Junco como previra Van, que por sinal, matou todos os Orcs e ainda saiu sorrindo de orelha a orelha”
Depois dessa útil explanação, vamos retomar a linha de raciocínio a ser feita antes de tomar qualquer decisão envolvendo O Locus:
#1 – Analisar os aspectos morfoclimáticos do local
#2 - Levar em conta minhas capacidades
#3 – Saber quais ferramentas possuo e quais delas posso usar
#4 – Calcular o tempo que tenho para armar o plano e quanto tempo ele levará para surtir efeito
#5 – Concluir o plano e colocá-lo em ação
#6 – Aguardar resultados
Talvez o ambiente nem sempre sera útil, mas na maioria das vezes se usado com inteligência pode salvar sua e a vida de muitos, além de estimular, você jogador, intelectualmente. Um bom mestre saberá das suas intenções de usar o ambiente ao seu favor, por isso, não tenha receio em perguntar o que há ao seu entorno e se isso não ficar explícito, exponha sua intenção a ele. Não pense que ele usará isso contra você (talvez sim), lembre-se que a função do mestre a manter a fluidez do jogo, lançando mão de todos os recursos disponíveis e de maneira alguma ferrar com os jogadores.
Espero que o que escrevi, lhe seja útil nas suas futuras reuniões e que sirva também como lembrete naquelas horas onde tudo parece levar ao fim. Se você tem alguma história parecida, deseja sugerir algum detalhe que passou desapercebido, dizer más palavras sobre minha pessoa (me xingar), elogiar o texto, criticar o texto, escrever um texto melhor ou qualquer coisa que lhe deseja, fique a seu julgamento, nosso bandwith é suficiente para tal. No mais…até logo pessoal!
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Escrito por: Artur Paes
Formatado por: Artur Paes
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