24 de mai. de 2011

Coluna Cultural: Resenha "O Cheiro do Ralo"

Escolhido como melhor filme da mostra internacional de cinema de 2006, O Cheiro do Ralo é um filme brasileiro escrito por Marçal Aquino e Heitor Dhalia, baseados no livro homônimo de Lourenço Mutarelli. A História dele conta sobre um homem solitário chamado Lourenço que possui uma imagem fragmentária e "coisificada" do mundo em que vivemos, onde divide e compra tudo.

A obra narra a paixão louca deste homem por uma bunda, sem se importar para os sentimentos de qualquer pessoa ou da própria dona, a única coisa que importa é essa bunda. Lourenço vai a lanchonete todo o dia para comer a comida horrível, o refrigerante quente e ver a bunda. Assim como outras obras, um dos temas centrais é obsessão de um homem por algo que parece inatingível e as implicações psicológicas disto.




Em seus loucos devaneios que permeiam o filme, o protagonista, interpretado pelo excelente Selton Mello, provoca a audiência com suas frases de efeito que surgem em momentos extremamente oportunos. Com uma personalidade cativante, conforme a narrativa avança nos vemos cada vez mais próximos deste anti-herói que nos comove e mostra o quão vulnerável nossa mente pode ser.

Acima de tudo, O cheiro do ralo é algo que incomoda, que é indigesto, que nos mostra a realidade que  nunca paramos para pensar e nos faz rir, pois não conseguimos encontrar outra forma de exteriorizar o que sentimos.  Isto é o que faz da história algo magnífico em seu non-sense surreal, onde temos momentos de loucura que fazem-nos parar o filme e digerirmos o que está para acontecer ou vai acontecer.

Definitivamente, recomendo o filme como um clássico do cinema brasileiro atual que tem se provado cada vez mais competente. É uma obra tocante onde cada pessoa consegue gostar de ao menos alguma coisa. Se não viu, veja. E vamos jogar RPG porque é bom para C@r@l40.


Escrito por Carlos Roberto.

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