Ao ouvir sobre aliens azuis que vivem em um outro planeta e tem problemas com seres humanos você deve se lembrar do recente filme de James Cameron que foi lançado recentemente, porém, Fantastic Planet é extremamente surreal em sua arte e história, já que usa de técnicas de animação totalmente diferentes do que estamos acostumados. Mesmo com mais de 35 anos esta magnífica obra de René Laloux narra uma história completamente psicodélica e intrigante considerada hoje como um clássico cult.
A história do filme é adaptada de um livro do escritor francês Stefan Wu, ainda não tive a oportunidade de encontrar o livro para vender. O filme narra a vida dos seres humanos em um planeta muito maior que o nosso, onde somos extremamente pequenos e somos apenas mascotes dos estranhos alienígenas azuis que lá moram, focando em um jovem garoto e sua "dona" adolescente.
Estes seres inteligentes que habitam o planeta são chamados de "Draags" e tem como principal atividade a meditação, eles sentam em suas casas ou em algo como estádios e projetam-se fora de seus corpos em uma jornada pelo planeta. Os mascotes deles, nós, são maltratados e alguns mortos de maneiras bem tristes de assistir, o que podemos analisar como uma forma de entender a escravidão e o que fazemos com outros de nossa própria espécie.
Outro ponto muito atrativo do filme é o personagem principal, um "Om" mascote de uma Draag que, por inocência, permite que ele adquira conhecimento de mais sobre o mundo, fazendo ele se rebelar e entender que precisa salvar sua espécie. Talvez podemos interpretar esse fato como uma visão de que apenas o conhecimento nos permite mudar o mundo, sermos diferentes e libertarmo-nos da lama de ignorância na qual estamos afundados.
Este é um tema extremamente utilizado pelo filme, pois em um várias partes o personagem é questionado sobre o porque dele saber certas coisas. O filme também trata da efemeridade da vida humana, de nossas fragilidades e de como, nós, como uma espécie conseguimos superá-las para sobrevivermos em unidade, já que temos algo que as outras espécies de nosso planeta não tem: a capacidade de abstrair.
Enfim, uma obra de arte extremamente contemporânea e que se manterá como um clássico por anos a fio por conta de sua inquestionável qualidade técnica e sensibilidade, sendo único em sua forma de abordar vários aspectos da humanidade. Muitas vezes chocante e triste, tem o poder de mudar nossa forma de vermos o mundo e encararmos a forma como as coisas acontecem em nossa vida. Obrigado por terem lido essa singela resenha, se gostou: Comente! O filme é infelizmente difícil de achar para comprar, alugar ou, até mesmo, baixar, portanto tive muita dificuldade para vê-lo, entretanto, compensou o esforço: uma hora e meia de imersão em um mundo selvagem.
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Escrito por: Carlos Roberto
Formatado por: Artur Paes
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