Coluna Cultural: resenha do Filme Cisne Negro (Black Swan)

         Para quem teve a oportunidade de conhecer as fantásticas obras de Darren Aforonosky antes do ano passado as indicações para o Oscar de Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Fotografia já eram esperadas sem muito esforço. Aforonosky, um gênio do cinema ocidental do Século XXI, começou sua carreira com o surpreendente Pi, uma das maiores obras feitas sobre matemática e conspiração, como se não bastasse o tema do filme ser magnífico, Darren inovou um pouco mais e o fez em preto e branco com um método de filmagem extremamente interessante, onde em várias cenas a câmera esta acoplada a nuca do ator (Técnica que se tornou extremamente comum em seus futuros trabalhos, incluindo Cisne Negro).

        Inspirado pela mesma paixão por cinema que meu já falecido pai, apaixonei-me por esse diretor e acompanhei cada um de seus filmes, sendo um melhor que o outro, em 2010 arrepiei ao ver o primeiro trailer de Black Swan, pois sabia que iria se tratar da melhor obra do diretor até o próximo filme. Esperei por duros meses o filme estrear e, por causa da demora do lançamento no Brasil, arranjei ele por meios ilícitos, mas também o vi no cinema. [Não façam isso, faça o que eu digo mas não faça o que eu faço]

            Contando com um excelente elenco interpretando os ainda melhores personagens que fazem misturas de protagonistas de filmes anteriores (Principalmente os de Réquiem Para um Sonho e O Lutador), Cisne Negro é um filme que choca e revela as partes da natureza humana que muitas vezes não gostamos de perceber, como o nosso vazio e a eterna busca pela perfeição, coisas que apesar de ignorarmos são nosso apocalipse.

            Assim como em obras anteriores o filme não distingue a realidade dos personagens da fantasia sendo ela em alguns momentos obvia ou indistinguível, relatando partes da psique dos personagens principais como encarnações de seus medos na cena, levando você a pensar se o fato ocorreu ou não.

            Outro ponto extremamente interessante no Cisne Negro é a incrível analise que ele faz de "Até Onde Podemos Chegar para alcançarmos nossos sonhos? Será que você mataria ou se venderia por eles?", apesar de ser um tema extremamente gasto nas mídias de forma geral, a forma como Darren o faz torna o filme digno de nota, pois nos leva a refletir o que faríamos no lugar dos personagens.

            Black Swan também dos deixa com a sensação que em alguns momentos da vida nos prendemos em excesso, precisamos de mais liberdade. A perfeição no ponto de vista do filme não é ter a técnica impecável, é possuir coragem o bastante para se livrar das correntes da sociedade e lutarmos pelo que desejamos.

            Do ponto de vista técnico o filme usa os clássicos métodos de filmagem do Aforonosky que nos faz sentir a confusão e a agonia dos personagens na pele, muitas vezes até nos fazendo pensar em como vivemos até o momento.

Tente olhar fixamente para essa imagem sem lacrimejar

            Este é um dos poucos filmes que posso afirmar que tem a capacidade de mudar a vida de uma pessoa e levar a mesma a rumos totalmente diferentes. Na minha opinião é o filme da temporada de cinema 2010 mais importante para se assistir, mas não façam como eu, por favor, assistam ele no cinema. Também recomendo ir na locadora mais próxima de sua casa e procurar "Pi", "Requiem para um Sonho", "O Lutador" e "Fonte da Vida", todos excelentes filmes de um exímio diretor.

            Para nós, RPGistas, Darren ensina como "brincar" com o psicológico dos personagens de uma forma sutil e confusa, além de mostrar aos jogadores como interpretar aquelas desvantagens do mundo das trevas que estão escritas quase que de enfeite na ficha deles. Desculpa se a resenha ficou ruim ou parcial de mais, mas fiz o máximo que pude, obrigado pela leitura e até o próximo post. Diga o que achou nos comentários.

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Escrito por: Carlos Roberto

Formatado por: Artur Paes