25 de abr. de 2011

Uma Suposta Divindade na Grade

O Universo é um lugar grande, grande mesmo, tão imenso que extrapola a capacidade de abstração de qualquer ser, mesmo que ele seja feminino, masculino, alto, magro, verde, azul, gordo, achar que novelas são uma importante manifestação cultural e cheias de significado para a vida ou apenas um entertenimento banal. Algo imenso assim parece longe de ser pensado, mas é justo a sua extensão que o faz ser alvo de tantas reflexões.


Creer que algo tão extraordinariamente grande surgiu do nada, ou melhor, de um micro-ponto no meio do nada, não é de maneira alguma fácil para alguns seres, mas para não cairem em uma profunda crise existencial seguida de dores de cabeça homéricas, muitos argumentam que se tudo o que existe é causa e consequência de outra coisa, logo, algo tão grande só poderia ter sido criado por algo ainda mais grandioso. Nisso surgem as religiões.


Religião é um grupo de seres que fazem ações dentro de algo grande acreditando piamente que estão agradando algo ainda maior que o algo grande onde eles estão. Essas ações são feitas, porque muitos seres acreditam que esse algo tão grande fará alguma coisa em troca, como por exemplo, eliminar seres menores dentro dos seres nesse algo grande que creem em algo ainda maior.


Não é diferente na grade, usuários juram de pés-juntos que foram eles que criaram tudo, sendo eles os responsáveis daquele empreendimento ter dado certo, afirmam ainda que são capazes de fazer qualquer coisa só para provar tal argumento. Programas refutam dizendo que usuários são pequenos demais para ter criado algo tão grande, usuários dizem que  programas creem que o algo deles é grande só porque não puderam sair de lá para descobrir que existe algo maior, programas com os scripts a flor da primeira linha de código, chamam os usuários de arrogantes e presunçosos, pois se o algo deles é maior ainda, significa que eles não são tão poderosos assim, logo, se não são poderosos não poderiam então ter criado a grade, usuários ameaçam os programas com arquivos extremamente pesados para processar, programas não se deixam abalar e dizem que os usuários podem fazer o que bem quiserem, mas nunca vão conseguir explicar a existência dos Bits-Profetas e muito menos sobre o equilíbrio do sistema, usuários começam a bufar uma nuvem de lógica e raiva recheada de palavras feias, enquanto programas riem e se gabam de seu processamento mas com medo do arquivo que terão que lidar logo em seguida.


No final, a teoria do Deus da Grade se sobressai, mas como não foi provada, o assunto míngua e todos voltam as suas respectivas rotinas. Isso é algo que já virou constante na Grade, uma monotonia que só é quebrada quando algum programa cheio de bugs sai pelos canais emitindo sinais sem nexo de que descobriu tudo, renderizou o verdadeiro criador e etc. A monotonia volta logo em seguida, quando aparecem programas auxiliaries que levam o programa defeituoso para a retificação.


Não dá para saber o que virá depois, muitos creem que seres com pensamentos grandes irão se juntar em lugares grandes, que ficam dentro de algo ainda maior que é ao mesmo tempo minúsculo comparado ao algo gigante em volta dele.


Nesse confuso raciocínio de extensões.


Escrito por Artur Paes, ainda sobre os efeitos da literatura de Douglas Adams.

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