Vou direto ao ponto: a mesma dedicação e raciocínio que aplicamos na criação de sistemas, histórias, cenários personagens e NPC’s deveríamos aplicar na criação de vilões e seres malvados. Não estou me limitando a músculos e músculos, risadas maleficas ou poderes mortais, mas também de inteligência, sagacidade, imponência, presença e o mais importante: ser mal de verdade.
Antes de começar, quero deixar claro que não vejo problema algum no modelo clássico: pegar, esmagar, trucidar, comer o cérebro enquanto vivo, ou daqueles mafiosos com duas .38 no bolso e uma girando nos dedos sentado em um poltrona roxa com mulheres exuberantes atrás vestindo trajes sumários e esfregando notas de 100 euros como se fosse sabonete. Eu sempre digo que não tem presente melhor que poder matar 20 goblins em um corredor só para o aquecimento, assim como assasinar um Mafioso em sua mansão só por diversão. Mas eu sinto saudade daquela sensação de medo, ou de ódio que fica incrustada em todos os seus pensamentos devido a um vilão bem elaborado, tenho sentido a falta desses caras-maus ultimamente nas mesas em que participo.
Sei que um vilão mais elaborado pode gastar muito do tempo precioso que temos para jogar RPG e conciliar nossa pacata vida supostamente atribulada, mas se você fizer um vilão bem elaborado, utilizando grande parte do seu conhecimento e experiência, tenha certeza que o feedback sera recompensador (e se você não tiver uma personalidade coesa, talvez sua criação vire um de seus pesadelos noturnos).
Eu não poderia usar exemplo melhor do que o nosso velho conhecido Curinga:
| "E aê gatinha?" |
ele é justamente o tipo base de vilão do qual eu defendo, um vilão que é mal simplesmente por ser mal, um meta-vilão.
Artur! Artur! Meta-vilão é aquele vilão que tem uma meta não é?
Não. Não é por esse caminho, um meta-vilão seria um vilão pelo vilão, ficou mais claro?
Ok, ok…vou explanar melhor. Um vilão pelo vilão seria aquele personagem que é du mal apenas porque ele é du mal, ele não é malvado porque sofreu na infância, porque perdeu algum ente querido, fumava sabonete demais,… ele é malvado simplesmente porque ele é malvado, ele nasceu assim e assim ele sera até o dia em que ele morrer, ser decomposto e vagarosamente retornar ao estado de Hidrogênio e mesmo assim aqueles que cruzaram seu caminho ainda o temerão por gerações.
O Curinga é, em parte, desse modo, ele é da maneira que ele é pois o mal tem que existir se existe o bem, se Heráclito de Éfeso conhecesse o Curinga ele pularia de alegria pois parte da seu pensamento filosófico estaria correto, em palavras dele “a Guerra é mãe e pai, o devir (luta de opostos) gera uma harmonia tensa, que define a realidade”. Uma vez que o bem surge, o mal surge também, é sobre argumento que o Curinga existe.
“Gotham precisa de vilões melhores”– Curinga antes que queimar uma pilha de dinheiro.
Você esta com razão Curinga, Gotham precisa assim como mesas de RPG. O bom vilão não entra para o lado negro da força para ganhar dinheiro/mulheres/fama, alias a única coisa que um vilão de verdade quer é ser cada dia melhor, e f###-se dane-se a opinião das suas vítmas. A frase que aqui coloquei é muito bem fundamentada, se Gotham precisava de melhores herois, Batman foi criado…e se Gotham tem agora um herói melhor, significa que precisamos também de melhores vilões.
Tentaram descobrir a história desse cara e talvez porque ele era mal daquele jeito, mas não acharam nada.
Por que?
Porque não existe motivo, ele é mal que nem o pica-pau porque ele quer, em outras palavras, ele quer ser mal do mesmo jeito do que o Dr. Manhattan é azul.
Outro meta-vilão, não tão “meta” assim mas com características interessantes, seria o Capricórnio do Livro e Filme Coração de Tinta (Inkheart) da Autora Cornelia Funke:
![]() |
| "Tá me olhando porquê?!" |
Se for para ser mais malvado do que o dia anterior, ele fará de tudo para assim ser, simplesmente porque ele foi feito para ser assim.
Poderia citar alguns mais vilões que marcaram minha mente, mas o post iria ficar estremamente massante e repetitivo, como não sou meta-vilão, muito menos vilão eu vou poupá-los (por enquanto). No mais, espero que esse post o instigue a dedicar mais tempo na confecção de vilões que metem medo mesmo e que fiquem gravados nas nossas lembranças por um bom tempo. Se você(s), ávido(s) leitor(es) RPGista(s), que compartilha(m) da mesma concepção que eu criar(em) algum vilão nesses parâmetros, me deixe saber nos comentários ou mande um email para dadosangrento@gmail.com. Sem mais para o momento, até a próxima pessoal.
Escrito por: Artur Paes
Formatado por: Artur Paes



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